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Fios do Firmamento
Céu do dia 16 de julho: Quarta, dia de Mercúrio, quando a manhã morde, e a tarde exagera...
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Céu do dia 16 de julho: Quarta, dia de Mercúrio, quando a manhã morde, e a tarde exagera...

O dia que começa um tanto tenso, caminha exagerado e pede silêncio entre um passo e outro. Ouça nosso céu do dia!

Numa terra antiga, onde o tempo era contado pelas sombras que caíam sobre os degraus do templo, vivia um guerreiro chamado Javi. Era conhecido por sua prontidão. Quando a ameaça surgia, ele já estava de pé. Quando alguém hesitava, ele avançava. Dizia-se que seu coração ardia como os cavalos que galopam antes do nascer do Sol.

Mas certa manhã, Javi despertou e não sentiu o vigor habitual. O peso de uma madrugada sem sonhos escorria em seus ombros, como um manto molhado. Algo no ar dizia que lutar não bastava.

Levantou-se, preparou sua espada, mas em vez de sair, sentou-se no chão frio. Os servos estranharam. O mestre do templo, mais velho que a montanha, apenas observou.

— Hoje não lutarás? — perguntou-lhe um jovem escudeiro, ansioso.

— Hoje... escutarei a brasa que arde sem chama — respondeu Javi.

Passou o dia inteiro em silêncio. Viu as folhas caírem, ouviu o sussurro dos ventos, e percebeu o quanto de si lutava contra o que já havia partido. No fim da tarde, quando o Sol tocava o horizonte, sentiu uma leveza incomum: não havia vencido ninguém, e ainda assim, estava em paz.

Naquela noite, o velho mestre se aproximou e sussurrou:

— Há dias em que recuar é o único avanço verdadeiro. E há batalhas que só se vencem quando se decide não entrar nelas.

Desde então, contam que Javi continuou guerreiro — mas nunca mais sacou a espada sem antes escutar o silêncio entre seus próprios impulsos.

E assim, sob um céu que incendeia por dentro, talvez o maior gesto seja esse: conter-se.

Porque há uma coragem mais rara que o ataque: a de não responder.

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Olá, meu nome é Patrick Mesquita, astrólogo tradicional com mais de uma década de pesquisa e escuta sensível. No podcast Fios do Firmamento, este nosso refúgio sonoro, costumo tecer reflexões que unem a poesia do movimento lunar com pensamentos filosoficamente provocantes, para que você caminhe com mais precisão e menos ruído, o tempo que vem se anunciando.

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Então vamos lá ao nosso céu do dia:

Hoje é Quarta-feira, 16 de julho.

Amanhecemos sob os passos firmes da Lua no signo colérico do Carneiro.
Áries, onde a vida arde de vontade antes mesmo de saber o porquê.
Mas há ruído na marcha. Não porque a prateada vai começar a recolher sua luz em breve, mas porque a madrugada foi atravessada por um conluio tenso da Lua com Saturno retrógrado em Áries, signo de sua queda. E quem conhece os segredos da noite, sabe: o que se cala no escuro, se esconde nos músculos ao amanhecer.

(continua…)

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Até a próxima!

Patrick Mesquita

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